terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Mesmo de sempre...

Chega o silêncio…
E a minha alma vai…

O vazio envolve-me
E mergulho na incapacidade
Sem saber ser, sou
Sem saber ir, vou
E chego a minha verdade

Verdade incorrecta
De quem nunca soube ser
De quem nunca soube ir
Triste sou, triste serei
Pois vivo na tristeza de saber cair…

E quem assim vive chora…
Apenas porque nunca soube sorrir…

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Momento...

Um momento…só um momento
E é aí…

Sim, é aí que vais
E atravessas tudo que vivi
Tu viveste o mesmo certo?
No tempo esquecido em que eu te conheci

Já não te conheço (penso eu)
Ou já não te quero conhecer
Mantém-te oculta, disfarçada
Pois não quero retroceder

Foi estranha a tua partida
Mais estranho é o vazio que em mim ficou
Foi só um momento, um breve momento
Bom ou mau, já acabou

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

A escolha...

Tudo ou nada?
Decide agora, não hesites
Arrisca, tens tudo para ganhar
Nada te derruba, acredita
A escolha não te faz tropeçar

Já viste bem o teu poder?
Que sorte a hipótese de escolher…

Não calcules, avança
Mesmo com a porta entreaberta
No coração tens a confiança
P’ra chegar a resposta certa

Segura o livro de sentimentos
E vai lendo folha a folha
Decora as páginas do passado
E faz a tua escolha

Fica com o tudo
Mas não esqueças o nada
Serão ambos importantes
Para construir a tua estrada
Tudo ou nada?

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

(In) visível...

Quem te procura não te encontra
E no entanto sabe procurar
Tu é que te esquivas…
Te ocultas…
E não te deixas encontrar

Quem te quer nunca te tem
E tem muito mais que o querer
És tu quem nega…
Quem desdenha…
E nem se quer se deixa ter

Quem te ama nunca amou
Impossível saber amar
Pois está longe…
Longe está…
De um dia te encontrar

domingo, 7 de dezembro de 2008

Solidão ao quadrado...

No abstracto dos pensamentos
Mais uma vez só
Sentimento invulnerável
Força inquebrável
Que de mim não tem dó

Fenómeno que não me deixa
Sinto-me um condenado
Choro palavras
Agarro os meus medos
E permaneço fechado

Começo a enfraquecer
Estou sem força p’ra lutar
Pois chegou poderosa
Avançou impiedosa
Desta vez veio a dobrar

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Estupendo...

Era estupendo
Voltar a cair
Nos braços do passado
E assim conseguir
Escrever o amor

Mesmo triste, sem rir
Vazio, sem cor

Estupendo era
Eu retroceder
Até te encontrar
E assim poder
Disfarçar a tristeza

Mesmo caindo, sem querer
Por avançar sem certeza

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Saudade...

Saudade...
Palavra triste quando por ti chamei
Saudade...
Palavra com alma que tatuei

E hoje ao dormir em desespero grito:
"Fica e não vás..."
E de repente acordo e questiono:
"Saudade, afinal onde estás?..."

Estado de espírito...

Textos imortais transformam palavras
Mergulho no eu mais profundo
Quando chegas limpo as lágrimas
Que fui acumulando lá no fundo

Hoje a minha alma canta o presente oferecido
Ontem sim, hoje não, quem sabe no futuro…
Três tempos distintos sem resposta
Que guiam para a forca este ser tão inseguro

Alegria existe? Não nesta caixinha mágica
Chega-te perto, fica apenas um segundo
Consigo tocar-te, ver-te, sim estas aqui
Já sou o mágico mais feliz do mundo

(In)existente...

Procura onde não me podes encontrar
Sou invisível aos olhos de quem vê
Sou alma sem sombra…frase de dúvida…
Que se inicia e termina no porquê

Porque sou assim?
Pintor de palavras insignificantes
Alguém que é nada…que é tudo…
Que vive o depois mesmo morrendo no antes

Estúpido é viver assim
Quando os pés não tocam no chão
Sonhar sim…exagerar não…
Porque a queda é grande para mim, mas maior para o coração

O actor...

Sou actor que representa
O fictício e o real
Personagem secundária
Interveniente principal

Dúvida, confusão
Tormento e tristeza
Elementos do guião
Que me trazem incerteza

Encarno a personagem
Mais e melhor é impossível
Sei o texto de cor
É um filme previsível

Uma filmagem que vai longa
Filme triste, o da vida
Gravar quase duas décadas
De sentimento suicida

Fase terminal...

Puxados pela morte
Mas agarrados á vida
Visível a dor
Mas invisível a ferida

Um sorriso enganador
Que esboçam por bondade
De quem por eles tem amor
E os ama de verdade

Só os olhos falam
(Dicionários de sentimentos)
São espelhos do tempo
Que imortalizam momentos

Que pena dos mais sós
Que pensam que é só mais um dia
Que têm o silêncio para ouvir
E uma máquina por companhia

2008

outra fase...