domingo, 7 de agosto de 2011

Existência...

Vem…
Entra na minha realidade, onde sou e não sou
Onde o simples facto de existir é duvidar da minha existência
Como posso existir sem ela?
Ou sem razão para que tal seja apetecível?

Tu sim, tu existes…
O sonho é vida e eu quero sonhar-te de forma interminável
Como se o amanhã se ocultasse sem importância
Pois quero viver o momento sabendo que tu és a razão
Para sentir que existo literariamente

Tu és o sonho da minha presumível existência…

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Turbulência...

Quero desaparecer
Que vontade incontrolável de ser nada
Que necessidade
De rastejar
De implorar
De ambicionar
O vazio
O esquecido
O perdido
Que anseio em ver
O cinzento
O impossível
O inalcançável
Que desejo de me esquecer de mim

Decidi...

Hoje decidi escrever…
Hoje decidi ser eu
Decidi ser mais do que fui
Mais do que foste
E muito mais do que fomos
Se calhar não sou eu…
Porque eu fui demasiado
Tu, tu… (aperto no peito)
E nós, bem nós nunca chegamos a ser

Vou guardar a vontade
Pensando bem é melhor não escrever

Presença ausente...

Quando a noite cai e eu me isolo chegas tu no teu estado mais puro
O sonho atravessa-me e chego a tocar a realidade de forma fugaz
Inesperadamente tu és o dia que ilumina o meu futuro
E agora resta-me sonhar para impedir que te vás

Fácil é escrever enquanto estás aqui…
Difícil é não sentir o coração congelar quando vais…

sábado, 2 de abril de 2011

IV...

Caí…
Ajuda-me a erguer
A beber de novo o teu olhar
Quanto mais tento esquecer
Mais te quero lembrar

Hoje sou um livro fora do lugar…

Sofri…
Continuo a sofrer
Porque continuo a sonhar
Vejo-te simplesmente desvanecer
Sem te poder tocar

Está na hora de acordar…

Grito e…
Luto para te alcançar
Respiro aflição por não te ter
Alucino e sofro ao pensar
Que no chão me vou manter

Também eu vou desvanecer…

Paraíso de palavras...

A tua imagem inunda-me o pensamento de forma constante
O que te torna presente apesar da ausência
Fazes com que tudo que fazia sentido se torne insignificante
Continuas intocável, incomparável, és mistério por excelência

Um paraíso de palavras inventadas construí
Na ânsia de te manter cicatrizada no meu peito
E agora choro em silêncio tudo o que vivi
O que na humidade das minhas lágrimas vejo que foi imperfeito

Sei que ainda sinto o teu perfume em mim
E o meu grito pela tua presença jamais será mudo
Espero que o ouças, não aqui mas sim aí
E te apercebas então que continuas a ser tudo

Não vás...

Por favor não vás…não vás…
Não te ausentes…não vás…
Porque queres cair nesse mundo tão teu,
Que tantas lágrimas espalhou pelo espelho da minha felicidade?
Não vás…não vás…
Mantém-te perto, mantém-te em sonhos, em pensamentos
Não te esquives á felicidade, não negues a alegria
O arco-íris também desaparece…

O nevoeiro começa a envolver-te e tu finges não ser suficiente
Finges não ser capaz, não te enganes, não caias na ilusão
Estás a agredir-te, és vítima de ti mesma
Necessidade de sofrer? Comodismo? Aceitação?
Não tem de ser assim, nunca teve de ser assim,
E nem sempre o caminho mais fácil é o mais seguro

Vejo-te desvanecer, sinto-te de forma leve
Leve como sempre foi transportares o meu coração,
Objecto, sim objecto que nunca teve peso suficiente
Para ser considerado importante, para que o desejasses ter
E tu tiveste-o meu anjo, mas faltou o desejo,
Faltou tudo, faltou nada e um pouco mais
Ou será que faltas-te tu? (como estás a faltar agora)

Dói, dói tanto aperceber-me desta ausência progressiva
Não vás…por favor não vás…
Desapareces, o silêncio e a solidão abraçam-me
E começo a sentir o peso da saudade
Começo a sentir que tudo é cinzento
Porque te vejo mergulhar nessa cor
Porque te vejo satisfeita com lágrimas
Porque te vejo como nunca te vi
E por isso te peço que…
Não vás…

(Ao menos sinto o teu perfume, sei que vou encontrar-te)

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A tua página...

Na primeira página da história chegaste inesperadamente
Como um anjo empurrado por uma brisa alimentada por obsessão
E ao ver-te aproximar e a brilhar tão intensamente
Voei em pensamentos e perdi-me em sonhos que não

Pensei concretizáveis, pois parecias intocável, bem longe de mim
Longe das palavras que desenhava e que ambicionava dizer
E quando te sonhei, e cheguei à conclusão que eras assim
Ganhei a inspiração que precisava para te poder escrever

Escrever-te em linhas imaginárias como nunca tinha feito
Pois tornaste-te no sonho que mais queria sonhar
E sempre que o teu olhar me abraçava, explodia o meu peito
E eu ansiava pelos teus lábios para os poder respirar

Foste o que continuas a ser, continuas a ser o que sempre serás
Porque te quero manter aqui como uma tatuagem
E não pode ser de outra forma, pois de outra forma não sou capaz
E não quero mudar de página pois aqui não és miragem